A dentição permanente ou definitiva inicia-se entre os 5 e os 7 anos de idade. Os sintomas mais comuns da erupção dentária e para os quais os pais devem estar alerta, são gengivas avermelhadas, perda de apetite, ansiedade e dificuldade em dormir. Na presença de febre, vómitos ou diarreia a criança deve ser consultada de imediato pelo seu médico assistente, podendo estar estes sintomas relacionados com outra causa.

Hábitos como o uso de chupeta e biberão devem ser descontinuados na altura certa (3 anos para a chupeta e 1 ano para o biberão) de modo a evitar desarmonias no desenvolvimento das arcadas dentárias. Existem medidas de extrema importância na prevençao da cárie dentária, tais como: a amamentação materna deve ser promovida pelo menos até aos 6 meses de idade; no biberão e chupeta deve evitar-se  colocar líquidos açucarados; o biberão deve ser dado à criança durante o dia e nunca quando ela estiver a dormir.

Uma das preocupações dos pais são muitas vezes as alterações na cor dos dentes, que podem ter origem numa lesão de cárie, por exemplo, ou por outro lado podem ter origem em situações traumáticas, alterações na formação dos constituintes do dente, higiene oral deficiente ou pigmentação por bactérias ou determinados alimentos. O Médico Dentista saberá diagnosticar e aconselhar nestas e noutras situações.

A principal medida de prevenção é, tal como nos adultos a escovagem dentária correcta. De acordo com a Direção Geral de Saúde, dos 0 aos 3 anos, e a partir da erupção do primeiro dente, os pais devem higienizar dentes e gengivas com uma gaze, dedeira ou escova macia duas vezes ao dia. Dos 3 aos 6 anos, a criança deve aprender progressivamente a escovagem com supervisão dos pais utilizando uma escova macia de tamanho adequado também duas vezes ao dia, sendo obrigatório antes de deitar. O dentífrico utilizado deverá conter entre 1000-1500 ppm de flúor (poderá verificar na embalagem) numa pequena quantidade. A partir dos 6 anos a escovagem deve ser realizada pela criança, duas vezes ao dia como descrito anteriormente; a quantidade de dentífrico utilizado deverá ser do tamanho de uma ervilha – 1 cm mais ou menos. Os comprimidos contendo flúor, anteriormente mais utilizados, são hoje em dia apenas recomendados após os 3 anos em crianças com grande propensão ao aparecimento de cáries. A partir dos 8-10 anos a criança começa a ter destreza suficiente para aprender a usar o fio dentário. O Médico Dentista deverá auxiliar no ensino das técnicas de escovagem e do uso do fio dentário.

Outra medida preventiva importante na Saúde Oral Infantil é a colocação de selantes de fissuras. Consiste na colocação de um “verniz” nas fissuras supericiais dos dentes de modo a prevenir a cárie dentária.

O Programa Nacional para a Promoção da Saúde Oral, através do Cheque- Dentista assenta em estratégias de promoção da saúde e prevenção da cárie dentária. Este processo tem permitido prestar cuidados médico-dentários a muitas crianças e jovens.Os pais poderão verificar junto das equipas de saúde escolar quando o seu filho terá direito ao Cheque-Dentista e consequentemente consultar um Médico Dentista aderente ao programa.

Rita Vilar - Diretora Clínica e Médica Dentista na Clínica do Sorriso, Guarda

Fontes: Ordem dos Médicos Dentistas, Direção-Geral da Saúde.